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411.
GUARNIÇÃO
PORCELANA BRANCA DECORADA A AZUL SOB O VIDRADO
FORNOS DE JINGDEZHEN, PROVÍNCIA DE JIANGXI
DINASTIA QING, PERÍODO DE KANGXI (1662-1722),
C. 1715-1720
ARMAS: LANCASTRE
JARRAS:
ALT. 17,8 CM; DIÂM. BOCA 6,9 CM; DIÂM. PÉ 5,6 CM
ALT. 17,9 CM; DIÂM. BOCA 6,9 CM; DIÂM. PÉ 5,6 CM
POTES:
ALT. 19,6 CM; DIÂM. BOCA 4 CM; DIÂM. PÉ 6 CM
ALT. 19,6 CM; DIÂM. BOCA 4 CM; DIÂM. PÉ 6 CM
ALT. 20,2 CM; DIÂM. BOCA 3,6 CM; DIÂM. PÉ 5,5 CM
INV. N.º 122
Guarnição constituída por cinco elementos:
três potes e duas jarras com gargalo alto e
largo, a abrir em trombeta, todos com corpo
ovóide elevando-se de folhas relevadas, na
base, repousando sobre pé alto, cupuliforme,
com ressalto e anel no topo. Foram executados
em porcelana muito branca revestida de
vidrado quase incolor, à excepção do ressalto
e interior do pé. As tampas dos potes são
refeitas.
A decoração, pintada em vários tons de azul-
-cobalto intenso e luminoso sob o vidrado,
mostra, duas vezes, o brasão de armas de
Lancastre – Escudo de formato peninsular:
de ? quatro “escudetes” quadrados de prata
cada um destes carregado de cinco arruelas
de azul; bordadura de ? preenchida por
decoração geometrizante. Timbre: um pelicano,
de azul. Paquife de fantasia, de azul 1 ,
constituído por ramos com cachos de bagas
e folhas semelhantes a parras. O pé ostenta,
alternadamente, dois roedores (leirões?) e
dois cachos de bagas, motivo que se repete
no gargalo dos potes e nos dois registos do
gargalo das jarras. Estas ostentam, no interior,
junto do bordo, cercadura de folhas. Um
enrolamento de espirais rodeia o anel do pé.
Na base de cada peça, um
lingzhi
, o cogumelo
da imortalidade, a azul sob o vidrado, como
marca.
Tal como o prato cat. 409, as armas são
atribuídas a D. Pedro de Lancastre Silveira
Valente Castelo Branco Vasconcelos Barreto e
Meneses (1697-1752), 5.º conde de Vila Nova
de Portimão, filho dos 4.
os
condes.
Nuno de Castro defende que esta peça
integraria o primeiro serviço de D. Pedro de
Lancastre e afirma haver conhecimento de dois
serviços terem sido rejeitados na época devido
ao número de erros do brasão de armas 2 .
É provavelmente abusiva a referência a
serviços, pois as únicas peças que se conhecem
com os brasões representados desta forma são
dois jarros, um dos quais pertencente a esta
colecção (cat. 410), e este tipo de recipientes.
As guarnições eram comuns na decoração de
interiores europeus, sendo normalmente
utilizadas para ornamento do fogão de sala,
louceiro, espelhos e, sobretudo, armários-
-vitrina, peça de mobiliário constituída por
gavetas na parte inferior e alçado superior
com portas de vidro, rematado com cimalha
curva com cinco e, por vezes, sete mísulas ou
plintos, incorporados de forma a expor as
diferentes peças que constituem as
guarnições. Estes conjuntos, cujos
componentes apresentam decoração idêntica,
não são conhecidos antes de 1680 3 .
São conhecidos mais potes semelhantes a
este, um na Colecção M. H. Castro, Lisboa 4 e
outro na Fundação Oriente, Lisboa 5 .
Proveniência:
Colecção particular, Porto (3 potes e 1 das jarras)
1 Leitura heráldica por MLCB.
2 Castro, 1987, p. 51.
3 Jörg e Flecker, 2001, p. 43.
4 Castro,
ibidem.
5 Pinto de Matos e
al
., 1998, pp. 210-211, n.º 41.
26 .
PORCELANA DA CHINA ARMORIADA