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497.
COVILHETE
PORCELANA DECORADA COM ESMALTES POLICROMOS
DINASTIA QING, PERÍODO DE QIANLONG (1736-1795),
C. 1741-1752
ARMAS: RIBEIRO, ÉVORA, FIGUEIREDO, FONSECA
ALT. 3,3 CM; DIÂM. BORDO 25,5 CM
INV. N.º 105
Covilhete circular com fundo convexo,
parede oblíqua com bordo evertido formando
lábio moldurado por nervuras em relevo e
recortado em quatro grandes chavetas, cujos
centros e extremidades correspondem a
incisões e saliências na pasta,
respectivamente; base côncava.
Foi moldado numa porcelana espessa e
pesada revestida de vidrado com um tom
levemente acinzentado, excepto na base que
tomou uma cor alaranjada em contacto com
a atmosfera do forno; paragem do vidrado
marcada por aderências de cinzas do forno.
A decoração é pintada com esmaltes
policromos azul, vermelho-ferro, verde,
amarelo e rosa. No fundo, ao centro, as armas
de D. Frei José Maria da Fonseca e Évora, no
século chamado José Maria Ribeiro da
Fonseca Figueiredo e Sousa – Sobre cartela
joanina de ouro, escudo de formato de
fantasia, partido: I pala – esquartelado: 1.º –
De vermelho, duas palas de ouro; 2.º – De
vermelho, três faixas veiradas de prata e de ?;
3.º – De prata, três faixas, a do chefe e a da
ponta de vermelho carregadas ao centro de
um E maiúsculo, de ouro; a do centro de azul,
com um nó de ouro; 4.º – De vermelho, com
cinco folhas de figueira de verde. II pala –
De ouro, cinco estrelas de vermelho de cinco
raios. Sobre o chefe, dois braços cruzados em
aspa, um vestido e um nu, brocantes a uma
cruz de ouro. Timbre: chapéu eclesiástico do
qual pendem cordão e seis borlas de cada
lado, dispostas, 1, 2, 3, tudo de verde 1 . As
armas estão contidas dentro de um losango
formado por arabescos e flores estilizadas,
motivos que se repetem na caldeira. O bordo
é acentuado pelas três nervuras pintadas em
esmaltes vermelho-ferro, verde e amarelo.
A representação correcta destas armas é:
I pala, esquartelada – Ribeiro – Apenas os
dois primeiros quartéis das armas deste
apelido: 1.º – De ouro, com três palas de
vermelho; 2.º – De negro, com três faixas
veiradas de prata e vermelho 2 ; 3.º quartel –
Évora – Apelido não existente em nenhum
brasonário português conhecido; 4.º quartel –
Figueiredo – De vermelho, cinco folhas de
figueira de verde, nervadas e contornadas de
ouro 3 . II pala – Fonseca – De ouro, cinco
estrelas de sete pontas de vermelho 4 . Sobre
o chefe, as armas da Ordem de São Francisco.
Timbre: a insígnia de dignidade episcopal,
chapéu eclesiástico do qual pendem cordão e
seis borlas de cada lado, dispostas 1, 2, 3,
tudo de verde.
204 .
PORCELANA DA CHINA ARMORIADA
Fig. 91. Busto de D. José da Fonseca e Évora
Mármore, c. 1740, 60 x 28 cm
© Fundação da Casa de Bragança, Inv. PDVV
1661
Fotografia de J. Real Andrade / FCB
D. José Maria da Fonseca e Évora (Fig. 91)
nasceu em Évora a 3 de Dezembro de 1690,
filho de Manuel Ribeiro da Fonseca
Figueiredo, que serviu a Casa da Áustria em
Milão e na Flandres, e de sua mulher, D. Ana
Maria Barros da Gama Michão.
Mestre em Artes pela Universidade de Évora
e doutor em Cânones pela Universidade de
Coimbra, acompanhou a Roma o 3.º marquês
de Fontes na embaixada enviada ao papa, em
1712. Em Roma, onde viveu vinte e oito anos,
concluiu o noviciado no convento de São
Bernardino da Orta, faz a profissão solene a
8 de Dezembro de 1712, em cumprimento de
uma promessa, no convento de Aracoeli, e
Fig. 92. Busto Fonseca
Mármore, início do século II, 63 cm
Doação do padre Fonseca ao papa Bento XIV
Roma, Musei Capitolini, Inv. MC 434/S