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451.
CHÁVENA DE CHÁ
PORCELANA DECORADA COM ESMALTES DA “FAMÍLIA
ROSA” E OURO
DINASTIA QING, PERÍODO DE QIANLONG (1736-1795),
C. 1775-1780
ARMAS: CORREIA, BRITO, MELO, ALVIM
ALT. 6 CM; DIÂM. BORDO 8,7 CM; DIÂM. PÉ 4,3 CM
INV. N.º 18
Chávena, com a parte inferior da parede
quase direita e a superior muito mais larga,
moldada, formando uma espécie de folho,
bordo recortado com cinco chavetas e asa
arqueada, sobre pequeno pé, de porcelana
fina e translúcida.
É pintada, no interior, com cercadura de
casca de trigo, no bordo, e, no exterior, com
cadeia roxa entre dois filetes vermelho-ferro
e ouro e festão roxo suspensos de argolas.
No flanco oposto à asa, apresenta o seguinte
brasão – Escudo de fantasia, esquartelado:
I – De ouro fretado de vermelho; II – De
vermelho, com nove lisonjas de prata oxidada,
apontadas e firmadas nos bordos do escudo,
cada lisonja carregada de um leão de ?;
III – De vermelho, dobre cruz de prata,
acompanhada de seis besantes e bordadura
do mesmo; IV – De azul com cinco lises, de
ouro. Coronel de oito florões, dos quais são
visíveis cinco 1 .
A representação correcta das armas
atribuídas a José Correia de Melo e Brito de
Alvim é como segue – Escudo esquartelado:
I – Correia – De ouro, fretado de vermelho 2 ;
II – Brito – De vermelho, com nove lisonjas
de prata, apontadas e firmadas nos bordos
do escudo, alinhadas 3, 3, 3, cada lisonja
carregada de um leão de púrpura 3 ; III – Melo
– De vermelho, com dobre cruz de ouro entre
seis besantes de prata; bordadura de ouro 4 ;
IV – Alvim – Esquartelado: 1 e 4 – Xadrezado
de ouro e vermelho, de quatro peças em
faixa e quatro em pala; 2 e 3 – De azul com
cinco lises de ouro 5 . Coronel de nobreza.
José Correia de Melo e Brito de Alvim nasceu
em Sinde, diocese de Coimbra, na Quinta das
Varandas. Era filho de Lourenço Correia de
Brito da Silveira, moço fidalgo da Casa Real,
familiar do Santo Ofício, senhor dos
morgados de Alpoens de Coimbra, de Sinde,
na Beira, e da Carreira, em Viana, e de sua
mulher, D. Teresa Clara de Melo. José Brito de
Alvim era moço fidalgo com exercício,
acrescentado a fidalgo escudeiro por alvará
de 20 de Novembro de 1765, e, em 1791, era
senhor dos Morgados de Alpoens de Coimbra,
de Sinde, na Beira, e de Carreira, em Viana,
herdados de seu pai. Casou com D. Maria Rita
de Sousa e Nápoles, filha de Joaquim José
Leitão de Sousa, moço fidalgo da casa de Sua
Majestade, e de sua mulher, D. Maria
Escolástica de Nápoles e Meneses 6 .
Era irmão inteiro de D. Pedro de Melo Brito
da Silveira e Alvim, 16.º bispo de Portalegre,
designado por D. José I, em Novembro de
1772, e confirmado no Consistório de 10 de
Julho de 1773 pelo papa Clemente XIV 7 .
Existe uma taça semelhante na Colecção
Jorge Mota, Porto 8 . Castro e Solla publicou
um pires deste serviço da sua colecção 9 e
Nuno de Castro, uma chávena de café com
pires do mesmo serviço, de uma colecção
particular 10 .
1 Leitura heráldica por MLCB.
2 Norton, 2004, p. 136.
3 Idem,
ibidem
, p. 102.
4 Idem,
ibidem
, p. 225.
5 Idem,
ibidem
, p. 64.
6 Solla, 1928 (reedição de 1992), vol. I, p. 40.
7 Almeida, 1970, vol. III, p. 574.
8 Sousa e
al.,
2005, p. 156, n.º 57.
9 Almeida,
ibidem
, pp. 40-41, estampa XXII.
10 Castro, 1987, p. 126.
112 .
PORCELANA DA CHINA ARMORIADA